A sucessão de José Eduardo dos Santos. O que vai acontecer?
João Lourenço foi formalizado como a escolha oficial para candidato presidencial do MPLA às eleições de 2017. José Eduardo dos Santos pode manter-se como líder do MPLA até 2018.
Mantendo o ADN do tempo em que era o partido único de inspiração marxista-leninista, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) viveu uma semana marcada pela incerteza criada pelo possível afastamento de José Eduardo dos Santos ao fim de 37 anos de poder.
O anúncio nesta terça-feira de uma reunião do Comité Central do MPLA sem agenda prévia, uma notícia no dia seguinte no jornal Folha 8 sobre um alegado agravamento do estado de saúde do Presidente angolano e um inusitado desmentido à notícia produzido esta quinta-feira pelo Departamento de Informação e Propaganda do MPLA — foram os ingredientes certos para provocar muita especulação no partido que governa Angola.
O epílogo verificou-se na tarde desta sexta-feira quando a Rádio Nacional de Angola, um órgão de comunicação social controlado pelo governo, anunciou que José Eduardo dos Santos não se apresentará às eleições de 2017. Ainda não há um comunicado oficial do Comité Central do MPLA que confirme a escolha de João Lourenço como sucessor de José Eduardo dos Santos, mas fonte oficial do partido confirma que foram aprovados dois nomes para encabeçar a lista do MPLA.
Além de João Lourenço, Bornito de Sousa, ministro da Administração do Território, terá sido escolhido como n.º 2 da lista do MPLA e candidato a vice-Presidente da República.
Comecemos pela reunião do Comité Central, que começou às 9h desta sexta-feira no Complexo Turístico Futungo 2, no distrito urbano de Samba (Luanda). José Eduardo dos Santos discursou logo a abrir e não disse uma palavra sobre o seu afastamento ou uma eventual recandidatura. Estipulou uma meta clara para o MPLA (“O nosso objetivo é ganhar as eleições com maioria qualificada ou no mínimo maioria absoluta”) mas não disse aos 363 membros do Comité Central se tenciona afastar-se ou recandidatar-se.“O Comité Central, nesta sessão, vai aprovar a estratégia eleitoral do partido, onde estarão expressas as orientações que todas as estruturas deverão cumprir”, limitou-se a afirmar o líder do governo e do partido, citado pela Agência Lusa.
Pouco tempo antes de José Eduardo dos Santos discursar no órgão mais importante do MPLA, o semanário Expresso noticiou que o Presidente angolano tinha oficializado num documento entregue ao partido o nome de João Lourenço, ministro da Defesa, como seu sucessor e candidato presidencial do MPLA às presidenciais de 2017. Segundo diversos órgãos de comunicação social angolanos, como a Rádio Nacional de Angola, o documento em causa será uma carta que alegadamente terá sido enviada por José Eduardo dos Santos ao Secretariado do Bureau Político do MPLA.
Ao início da tarde, e de acordo com diversos órgãos de comunicação social angolanos, Mário António, secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação, leu um comunicado de encerramento do Comité Central que não aborda o tema da sucessão de José Eduardo dos Santos. Apenas terá dito que tinham sido aprovados dois nomes, sem os identificar.
Fonte; observador.pt
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